sábado, 16 de fevereiro de 2013

Dedicação de sertanista mantém Casa do Índio funcionando


Por Rui Zilnet

A Casa do Índio do Rio de Janeiro está localizada em uma
rua tranquila no bairro da Ribeira, na Ilha do Governador.
Na tarde da última sexta-feira (15), em visita à Casa do Índio, na Ilha do Governador, mais uma vez comprovei a competência e dedicação da dona Eunice Cariry, uma sertanista aposentada, de 78 anos, que mesmo depois do abandono da unidade pela Funai, continua desempenhando o seu papel de gestora da casa, que é de fundamental importância aos índios portadores de moléstias congênitas e crônicas, provenientes de aldeias de todo país, que necessitam de tratamento especializado no Rio de Janeiro.

Há cerca de 10 dias na casa, criança indígena de 3 anos,
portadora de microcefalia, da etnia Awra, vinda do Xingu.
O que se percebe claramente, durante a permanência na casa, é de que além do acolhimento, os internos recebem toda atenção e afeto necessários à recuperação ou minimização do sofrimento provocado pelo estado patológico de cada um. A dedicação de dona Cariry aos índios acolhidos é a mesma de uma mãe zelosa aos seus filhos, sempre atenta aos mínimos detalhes para que todos recebam tratamento adequado.

As condições de organização e higiene da Casa do Índio, uma construção urbana que reproduz as condições de uma oca indígena, é admirável. Os funcionários, de uma dedicação incomparável. Os índios ali residentes, sempre limpos, tranqüilos e bem cuidados – Felizes!

Mesmo depois de abandonada pela Funai, a Casa do Índio (Oca-RJ) continua sobrevivendo, graças à garra de dona Cariry e ao reconhecimento da comunidade da Ilha do Governador, pelo trabalho sério desenvolvido por ela desde a fundação da Casa, em 1968.

Importante destacar, que a maioria dos residentes na Casa do Índio, alguns já com mais de 40 anos, foram acolhidos e criados, desde bebês, por dona Cariry.

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