quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Abertas inscrições para 4ª edição do Festival Internacional de Bonecos de Bauru





REGULAMENTO

I – OBJETIVOS
Art. 1º- BONECO GIRA BONECO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS – ANO IVserá realizado no período de 05 a 13 de abril de 2014 na cidade de Bauru - SP, Brasil, de caráter nacional e internacional, com o intuito de estimular e difundir a produção bonequeira no Estado de São Paulo, promover o intercâmbio entre os artistas, grupos locais, de outros estados e países.
    
II – INSCRIÇÕES
Art. 2º - Poderão se inscrever grupos/cias. representadas por pessoas jurídicas constituídas por produtores e/ou empresa própria de teatro de bonecos, com atuação no território nacional e Internacional, o qual a participação dependerá da seleção por parte da Curadoria criada para esse fim.
Art. 3º - As inscrições dos grupos interessados somente poderão ser feitas via Correio para:

BONECO GIRA BONECO - FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS – ANO IV
Rua: Antonio Alves 7-41 – Centro
Bauru – SP
CEP 17010-170
Art. 4º - As inscrições poderão ser feitas de 09 de Outubro a 17 de Dezembro de 2013
   Parágrafo 1º - Para o material de inscrição postado, prevalecerá a data de postagem até a data de encerramento das inscrições, no artigo 4º.
Parágrafo 2º - As Inscrições deverão ser feitas através das fichas próprias do Festival: Anexos I e II.
Parágrafo 3º - As inscrições encaminhadas após a data de encerramento, prevista neste regulamento serão consideradas sem
efeito, no artigo 4º.
Art. 5º - As fichas de inscrições deverão vir obrigatoriamente assinadas e acompanhadas do projeto de participação no BONECO GIRA BONECO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS - ANO IV, atendendo as seguintes exigências:

  • Uma cópia do texto;
  • Sinopse do espetáculo;
  • Proposta de encenação;
  • Fotos de cenas do espetáculo (no mínimo três) em alta resolução, 300 dpi
  • DVD com gravação do espetáculo inteiro, sem qualquer edição;
  • Clipping de imprensa
  • Currículo do Grupo ou Cia.
  • Currículo do espetáculo
  • Ficha Técnica completa; mapa de luz, mapa de som e palco;
  • Proposta de Oficina
  • Autorização de apresentação expedida pelo autor ou pela SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais);
  • Proposta de Cachê pela participação no BONECO GIRA BONECO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS - ANO IV
Parágrafo 1º - Todo material enviado não será devolvido aos inscritos e passará a fazer parte do acervo do BONECO GIRA BONECO.
Parágrafo 2º - Somente os participantes que constarem na ficha de inscrição terão direito à hospedagem e alimentação.
Parágrafo 3º - Os grupos e Cias. que possuem menores de idade como integrantes, deverão portar autorização dos pais e/ou responsáveis legais.
Art. 6º - Fica facultado a Coordenação do BONECO GIRA BONECO, convidar
grupos de outros estados, regiões e países.
III – DA SELEÇÃO
Art. 7º - A Curadoria dos espetáculos nacionais será realizada por Antonio do Valle e dos espetáculos internacionais por Mariza Basso.
Parágrafo Único – Para as decisões da Seleção pela Comissão não caberão recursos de natureza jurídica ou administrativa.
Art. 8º - Os espetáculos selecionados serão comunicados via email ou telefone de acordo com as informações da Ficha de Inscrição, até
o dia 15 de janeiro de 2014; o resultado também será divulgado nos sites:
www.marizabasso.com.br/festival e www.bonecogiraboneco.blogspot.com
Art. 9º - O Cronograma das apresentações será definido pela coordenação do Festival e será divulgado aos selecionados via email, site e junto à imprensa até o dia 05 de Março de 2014.
Art. 10º - Caso o grupo seja selecionado, deverá, obrigatoriamente, enviar uma carta confirmando por escrito até o dia 10 de Março de 2014, comprometendo-se a apresentar nos locais,
horários e dias marcados, assinando um Termo de Compromisso.
Art. 11º - O grupo selecionado em caso de cancelamento da participação no Festival após a confeccção de programas sem prévio aviso terá sua participação impedida nos próximos 02 anos.

IV – APOIO E REALIZAÇÃO
Art. 12º - Sobre as despesas decorrentes da participação dos grupos:
 a) A Organização do Festival se responsabilizará pela hospedagem e alimentação do grupo durante a permanência da mesma na cidade de Bauru.
a.1) O Hotel e os restaurantes serão definidos pela organização e parceiros do Festival, não cabendo discordância por parte dos artistas em relação aos referidos locais
a.2) Caso o participante discorde dos locais de hospedagem e alimentação definidos pela Organização e Parceiros, recusando-se a hospedar-se e alimentar-se nos locais definidos, ficará a cargo do Grupo participante as despesas de outros locais que desejam usufruir
 b) Os grupos locais não terão direito a hospedagem e alimentação.
c) O Festival garantirá um Cachê aos grupos participantes, inclusive convidados, que serão negociados com cada grupo individualmente.
d) Será de total responsabilidade dos grupos selecionados, providenciarem o transporte de sua cidade de origem até Bauru, e do seu retorno, incluindo pessoal e material
 (cenários e outros).
e) A Coordenação do Festival garantirá o transporte interno (Bauru) do grupo e material técnico nos trajetos rodoviária/aeroporto/alojamento/Teatro e/ou Praças.
f) As propostas são de inteira responsabilidade dos proponentes quanto ao conteúdo e à forma de trabalho, isentando a organização do Festival de qualquer ônus de responsabilidade civil ou criminal e do recolhimento de direitos autorais (SBAT; ECAD).
Art. 13º - Os espetáculos deverão apresentar-se rigorosamente nos horários anunciados, salvo problemas publicamente conhecidos e aceitos pela Comissão Coordenadora.
Art. 14º - Cada grupo será responsável pela montagem e desmontagem do espetáculo.
Art 15º - Cada grupo deverá adequar seu espetáculo às condições técnicas dos locais definidos
Parágrafo Único – A desmontagem deverá ser feita logo após as apresentações, devendo o local ficar livre de qualquer cenário e/ou equipamento.
Art. 15º - Somente será permitida a permanênia dos grupos nos locais de apresentação no momento de montagem e serviços, cuja apresentação for a próxima, mediante sua identificação. Os demais só terão entrada permitida juntamente com a liberação da platéia.
V – DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 16º - A inscrição neste Festival implicará na plena aceitação de todos os itens deste Regulamento, pelo grupo inscrito.
Bauru - SP, 09 de Outubro de 2013.

Comissão Organizadora
Boneco Gira Boneco
Festival Internacional de Teatro de Bonecos – Bauru - Ano IV



ANEXO I
FICHA DE INSCRIÇÃO
BAURU — 02/2014

ESPETÁCULO CATEGORIA: Adulto (   )    Infantil (     )   Livre (    )

INFORMAÇÕES DO ESPETÁCULO
Nome do Grupo/Cia.: 
Cidade/Estado:
Nome do Espetáculo: 
Direção: 
Tempo de Duração:
Classificação Etária:
Ano de Estreia: 
Espaço físico necessário: _______ Largura ______ Profundidade
_________ Altura
Tempo de montagem:
Tempo de desmontagem:


RESPONSÁVEL PELO GRUPO

Nome Completo do Responsável: 
Endereço:
Cidade/UF: 
RG/Passaporte:                                 CPF:
Fone Residencial:                              Fone Comercial: 
Celular:                                            Operadora do celular:
E-mail 1:                                          E-mail 2:
MSN:                                                Skype:
Facebook:

FICHA TÉCNICA (Encaminhar ficha técnica completa junto com o projeto)

Responsável pela Montagem de Palco
Nome: 
Tel.:                                                  E-mail:

Responsável pela montagem/operação de Luz
Nome:
Tel.:                                                  E-mail:

Responsável pela operação de Som
Nome: 
Tel.:                                                  E-mail:


Elenco:
Nome
RG/Passaporte









Técnicos que viajam com o espetáculo:
Nome
Função
    RG/Passaporte










Total de Integrantes que viajam: 

PROPOSTA DE CACHÊ:
Valor para 01 apresentação:  R$
Valor para 02 apresentações: R$
Valor para 03 apresentações: R$

HOSPEDAGEM:
(    ) QUARTOS SINGLES
(    ) QUARTOS DUPLOS
(    ) QUARTOS TRIPLOS

(    ) CASAL




            ANEXO II
TERMO DE COMPROMISSO
     BAURU– 02/2014


Pelo presente Termo de Compromisso, eu ........................................... responsável pelo espetáculo ................................................................, do grupo/cia..................................................................., declaro estar ciente e de acordo com o regulamento do BONECO GIRA BONECO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE TEATRO DE BONECOS – ANO IV”, comprometendo-me a cumpri-lo em sua totalidade.


Local,______de___________de 2013.



____________________________
   (Assinatura do Responsável)
             RG/Passaporte

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Após mais de um século perdidas, obras inéditas de autor gaúcho são lançadas em Pelotas



Por Rui Zilnet

Dia desses, em viagem a Pelotas/RS, minha terra natal, logo à chegada tive a grata surpresa ao saber que naquela noite aconteceria o lançamento de duas obras inéditas do autor pelotense J. Simões Lopes Neto (1865/1916), perdidas há mais de um século e recuperadas recentemente.

Considerado pelos estudiosos como o principal autor regionalista gaúcho, pela valorização que sempre imprimiu à história do Rio Grande do Sul e de suas tradições, Lopes Neto publicou somente quatro livros durante sua vida. São eles, "Cancioneiro Guasca" (1910); "Contos Gauchescos" (1912); "Lendas do Sul" (1913); "Casos do Romualdo" (1914). Contudo, a sua imortalização literária só ocorreu 33 anos após a sua morte, em 1949, com o lançamento de Contos Gauchescos e Lendas do Sul pela Editora Globo.

Além de escritor, Simões Lopes Neto também empreendeu-se pelos negócios. Mas não tenho a pretensão de escrever aqui a sua biografia. O que interessa no meomento é a história que envolve o lançamento dessas duas obras intéditas, "Terra Gaúcha - Histórias de Infância" e "Artinha de Leitura", cujos manuscritos dados como perdidos foram organizados pelo professor e escritor Luís Augusto Fischer.

Terra Gaúcha - Histórias de Infância, um livro para leitura em sala de aula, com relatos das férias de um menino na fazenda da família e seu cotidiano escolar e seus colegas, representou uma virada decisiva na vida do escritor pelotense, ao seguir o exemplo de otros escritores da geração, como Olavo Bilac e Coelho Neto, que ingressavam na área do ensino.

Artinha de Leitura foi escrito obedecendo padrões de uma novaortografia da época, que acabara de ser aprovada pela jovem Academia Brasileira de Letras. Apesar de ser uma iniciativa literária de vanguarda, acabou sendo rejeitada por não atender aos critérios de ensino vigentes.

No que diz respeito às obras lançadas, é indiscutível a capacidade literária do autor. Seria muito difícil a um pelotense com mais de meio século de existência negar a influência de J. Simões Lopes Neto sobre a história e as tradições gaúchas. A apresentação final dos dois livros, capa, diagramação, tipologia, etc., impecáveis.

O que me chamou a atenção durante o lançamento, além da presença de figuras tipicamente folclóricas da elite local, foi o fato da venda dos livros, que apesar de terem sido patrocinados pelo Ministério da Cultura, custaram R$ 69,90 a quem tivesse interesse, como eu, e não foi convidado para a festa. Os convidados receberam gratuitamente o kit com os dois livros.

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Voos da Azul/Trip chegam a Pelotas a partir desta quarta-feira


Por Rui Zilnet

A partir desta quarta-feira (20), a cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, estará integrada à malha aeroviária regular brasileira, através da operacionalização da nova rota Azul/Trip, que ligará diariamente a Princesa do Sul à capital gaúcha, com opção de conexões para todo o Brasil. Para marcar esta data, a Azul oferece passagens a partir de R$ 49,90* o trecho.

Com este novo voo, os clientes poderão contar com sete opções de conexão a partir de Porto Alegre: Rio de Janeiro (Santos Dumont), Chapecó, Foz do Iguaçu, Navegantes, Belo Horizonte (Confins), Curitiba e Campinas (Viracopos). A partir do Aeroporto de Viracopos, é possível conectar-se a mais de 40 destinos.

Pelotas é a terceira cidade servida pelas empresas Azul/Trip no estado do Rio Grande do Sul, ao lado de Porto Alegre e Caxias do Sul. Por conta do processo de fusão entre as companhias, anunciado em 28 de maio de 2012, o sistema de vendas já foi integrado, concentrando todos os canais de atendimento e reservas na Azul. As passagens já estão disponíveis por meio do site www.voeazul.com.br, call center 4003 1118 e nas lojas da Azul.

“Voar para Pelotas é mais uma grande conquista para nós, pois sabemos o quanto esta rota beneficiará os gaúchos que lá residem, assim como aqueles que vivem em cidades vizinhas” diz Marcelo Bento, diretor de Planejamento e Aliança da Azul.

Horário dos voos:
Origem
Saída
Destino
Chegada
Frequência
Porto Alegre
13h42
Pelotas
14h30
Segunda a sexta
Pelotas
15h10
Porto Alegre
16h07
Segunda a sexta

*  Regra da promoção: Tarifa válida por trecho. Promoção válida somente para voos diretos operados pela Azul e Trip. Reservas são obrigatórias, as quais devem ser realizadas no período de 18/03 a 25/03/2013 , e viagens realizadas no período de 20/03 a 30/04/2013, exceto dias 28, 29 e 31/03/2013 e 01/04/2013. Tarifa sujeita às regras tarifárias e disponibilidade de assentos. Disponibilidade mínima de 50 assentos no valor promocional por trecho (origem/destino) publicado, considerando a totalidade de voos no período da promoção.

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sábado, 16 de fevereiro de 2013

Dedicação de sertanista mantém Casa do Índio funcionando


Por Rui Zilnet

A Casa do Índio do Rio de Janeiro está localizada em uma
rua tranquila no bairro da Ribeira, na Ilha do Governador.
Na tarde da última sexta-feira (15), em visita à Casa do Índio, na Ilha do Governador, mais uma vez comprovei a competência e dedicação da dona Eunice Cariry, uma sertanista aposentada, de 78 anos, que mesmo depois do abandono da unidade pela Funai, continua desempenhando o seu papel de gestora da casa, que é de fundamental importância aos índios portadores de moléstias congênitas e crônicas, provenientes de aldeias de todo país, que necessitam de tratamento especializado no Rio de Janeiro.

Há cerca de 10 dias na casa, criança indígena de 3 anos,
portadora de microcefalia, da etnia Awra, vinda do Xingu.
O que se percebe claramente, durante a permanência na casa, é de que além do acolhimento, os internos recebem toda atenção e afeto necessários à recuperação ou minimização do sofrimento provocado pelo estado patológico de cada um. A dedicação de dona Cariry aos índios acolhidos é a mesma de uma mãe zelosa aos seus filhos, sempre atenta aos mínimos detalhes para que todos recebam tratamento adequado.

As condições de organização e higiene da Casa do Índio, uma construção urbana que reproduz as condições de uma oca indígena, é admirável. Os funcionários, de uma dedicação incomparável. Os índios ali residentes, sempre limpos, tranqüilos e bem cuidados – Felizes!

Mesmo depois de abandonada pela Funai, a Casa do Índio (Oca-RJ) continua sobrevivendo, graças à garra de dona Cariry e ao reconhecimento da comunidade da Ilha do Governador, pelo trabalho sério desenvolvido por ela desde a fundação da Casa, em 1968.

Importante destacar, que a maioria dos residentes na Casa do Índio, alguns já com mais de 40 anos, foram acolhidos e criados, desde bebês, por dona Cariry.

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sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Sobrevivente incólume

Por Rui Zilnet


Eis aqui um exemplo de como a especulação imobiliária e os grandes empreendimentos prevalecem sobre a qualidade de vida da população.


Flamboyant vermelho, na Rua Marcondes Salgado, em Bauru/SP. (Foto: Rui Zilnet)

Na Rua Marcondes Salgado, próximo à esquina da Avenida Nações Unidas, na cidade de Bauru (SP), em frente recém inaugurado Shopping Nações, encontramos uma frondosa árvore da família das 'Fabaceae' - conhecida popularmente por Flamboyant, Acácia rubra, Flor do paraíso, Pau rosa, entre outros nomes - sobrevivente incólume à devastação promovida em função da duplicação da via.

Como mostra a imagem obtida no Google Maps (abaixo), recentemente haviam algumas espécies de árvores frondosas no local, que proporcionavam sombra a quem circulava por ali. Observe a quantidade de veículos protegidos sob as copas daquelas árvores.

Rua Marcondes Salgado, em Bauru, antes da duplicação da via, no segundo semestre de 2012

Não é possível entender o porque da supressão de árvores como estas. Como os responsáveis pela preservação do meio ambiente permitem a consumação de tal ação, que só trás benefícios aos especuladores e grandes empreendedores? Onde está a preocupação dos agentes públicos com a qualidade de vida da população?

Clique sobre as imagens para melhor visualizá-las.


Observação: A imagem superior foi registrada hoje (25 de janeiro). A imagem do Google Maps é do último trimestre de 2012.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Moradores da favela mais antiga do Brasil pedem socorro

Por Rui Zilnet


Imagem registrada durante as obras de implantação do teleférico
no Morro da Providência (Foto: Rui Zilnet)
Em carta aberta à população do Rio de Janeiro, moradores do Morro da Providência denunciam as arbitrariedades consumadas para realização das obras de revitalização da região portuária, que visam o embelezamento da cidade para a Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

O Morro da Providência, onde está localizada a primeira favela do Rio de Janeiro, considerada pelos historiadores a mais antiga do Brasil, com mais de 110 anos de ocupação, remanescente da cultura afro-descendente, berço das primeiras escolas de samba e dos primeiros grupos de pagode, pede socorro.

Os moradores alegam, que as obras, pensadas pelos grandes empresários do setor imobiliário e do turismo, vão contra os interesses da população, destruindo a história e memória local. Responsabilizam a Prefeitura do Rio por todos os transtornos gerados e, ainda, denunciam que tudo está sendo implementado na vertical, sem participação social da comunidade e sem estudos técnicos que comprovem a necessidade de intervenções como o teleférico e plano inclinado.


Íntegra da carta:

CARTA ABERTA À POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Você sabia que a favela mais antiga do Brasil está sendo destruída?

Desde 2009 a região Portuária do Rio de Janeiro transformou-se num grande canteiro de obras das empreiteiras OAS, Carioca e Odebrecht. Juntas essas empresas invadiram a área com três projetos: 1º é o que eles chamam de “PORTO MARAVILHA”, um projeto de “revitalização” da Zona Portuária que está sendo coordenado pela CDURP – Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região Portuária e financiado pelo dinheiro público (FGTS) e pela venda da terra pública existente na região (70% dos terrenos são públicos); 2° é o Programa de Urbanização MORAR CARIOCA do Morro da Providência que está subordinado a Secretaria Municipal de Habitação e orçado no valor de 119 milhões e o 3° é o Projeto PORTO OLÍMPICO que é parte das grandes intervenções urbanas de embelezamento da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016.

Contudo, muito antes desses projetos já existia na área portuária o MORRO DA PROVIDÊNCIA. Segundo historiadores essa é a favela mais antiga do Brasil, com mais de 110 anos de ocupação, patrimônio do povo brasileiro, remanescente da cultuta afro-descendente e berço das primeiras escola de samba como a “Vizinha Faladeira” e dos primeiros grupos de pagode como o “Conjunto Nosso Samba”!

ATUALMENTE TODA NOSSA HISTÓRIA ESTÁ EM PERIGO!

Obras e mais obras pensadas pelo grandes empresários do setor imobiliário e do turismo estão destruindo a nossa memória, nossa história e toda nossa vida! A grande imprensa não divulga que as construções do Teleférico e do Plano inclinado do Morro da Providência estão sendo implementados de cima para baixo, sem nenhum tipo de participação social da comunidade e sem nenhum estudo técnico que comprove a necessidade da construção desses equipamentos de transporte! Mas será que eles realmente sevem para isso? Já sabemos que o teleférico do Complexo do Alemão está subutilizado e que não atende as necessidades dos moradores!!!

A mídia também não informa que o próprio projeto de Urbanização Morar Carioca prevê a remoção de 832 casas da Providência! Estas já foram criminosamente pichadas pela Secretaria Municipal de Habitação e, infelizmente, algumas delas já foram removidas! Sob o argumento de que 317 destas casas estão no caminho das obras e que 515 estão em área de risco (já temos um contra-laudo provando que na Providência a grande maioria das casas NÃO está em área de risco) a Prefeitura está aterrorizando moradores e oferecendo como contrapartida um aluguel social de 400 reais que não dá para pagar nenhuma casa digna para morarmos, ou uma compra assistida que também é uma roubada, ou ainda uma indenização fora da realidade do mercado. (Veja matérias do Jornal O Povo)

Segundo a “Planta Geral de Urbanização do Projeto Morar Carioca” o número de unidades habitacionais planejadas para serem construídas ao longo de dois anos é menor do que o número de remoções! São apenas 639 unidades habitacionais previstas! 58 unidades na Ladeira do Farias n° 91; 20 na Ladeira do Barroso; 4 no Centro Histórico; 131 na rua Nabuco de Freitas, 77 na rua Cardoso Marinho n°68; 349 na Aldomaro Costa n°83. Faltariam ainda 193 casas se considerarmos que em cada casa vive só uma família, no entanto, na comunidade a maioria das casas possui mais de uma família morando; famílias que construíram suas casas ao longo de muitos anos e com muito trabalho e que não querem sair dali!

Para a construção do Teleférico roubaram a nossa única área de lazer - A Praça Américo Brum! Para a construção de uma rua que vai ligar o Teleférico à Vila Portuária várias famílias da área da “Toca” já foram desapropriadas com valores baixíssimos! Para a construção de um centro esportivo, que também não nos consultaram sobre a necessidade, a área conhecida como AP na Ladeira do Farias foi demolida e desalojou cerca de 60 famílias de um dia para o outro. Nesse caso a Prefeitura demoliu casas ainda com pessoas dentro!!! Uma moradora ainda mora neste imóvel e vem resistindo a todo tipo de pressão, obrigando a prefeitura a suspender os trabalhos de um complexo esportivo. Ela mora no AP há 35 anos e tem direito de posse daquele imóvel! O nosso Direito à Moradia não está sendo respeitado!

Além disso, temos vivido de domingo à domingo em meio aos entulhos, buracos, lixos, atormentados pelo barulho das máquinas da obra que não param nem de noite e impedidos de transitar pela Ladeira do Barroso que é uma das únicas ruas que liga a Providência à Central do Brasil. Sentimos o impacto ambiental na pele e mesmo assim a obra foi liberada sem nenhum Estudo de Impacto Ambiental prévio! O impacto de vizinhança também não é considerado! Há pessoas que já saíram do Morro e que estão sem escola para os filhos, longe de parentes e amigos! O valor dos aluguéis já subiu! Daqui a pouco não conseguiremos mais pagar!

Gostaríamos que o povo da cidade do Rio de Janeiro soubesse que os moradores da Providência não são invasores nem contra a urbanização! Somos mulheres e homens que moramos aqui porque temos uma história aqui e precisamos sobreviver! A maioria dos moradores está aqui há mais de 20 anos, toda nossa vida é aqui, a dos nossos filhos, dos nossos netos! Tudo é perto, escola, hospitais, trabalho, mercado, lazer etc. Acreditamos a Prefeitura é a principal responsável por todo esse transtorno e estamos unidos para garantir que nenhuma casa mais seja derrubada e que as melhorias nos beneficiem!
Para finalizar, o legado social da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 que queremos é permanência na Providência e a garantia de que também poderemos viver nesta cidade maravilhosa! Pedimos à população carioca que nos ajude a divulgar o que está acontecendo com a nossa cidade!

Comissão de Moradores da Providência e Fórum Comunitário do Porto



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