terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Petrobras: desempenho da empresa nas eras FHC e Lula


Editorial da revista eletrônica Carta Maior, traçando um comparativo do desempenho da Petrobras nas eras FHC e Lula, e as intenções do candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais.

A NOVA E A VELHA GEOPOLÍTICA

O tucano FHC fechou seu governo deixando a Petrobrás em 27º lugar no PFC Energy 50 (de 1999), ranking das maiores empresas de energia do mundo em valor de mercado. Lula encerrou seu segundo mandato, em dezembro de 2010, com a estatal ocupando a 3º colocação no mesmo ranking, atrás apenas da Shell e da Petrochina. Com US$ 228,9 bilhões em valor de mercado, a Petrobrás posiciona-se agora à frente da ExxonMobil e da Chevron -a quem Serra, em plena campanha presidencial de 2010, prometera reverter a regulação soberana das reservas do pré-sal. ‘Vocês vão e depois voltam', garantiu o candidato da derrota conservadora a emissários da petroleira internacional,conforme revelações do Wikileakis. Em 2010 a Petrobrás também bateu o recorde de produção de petróleo e gás, com a média equivalente a 2,583 milhões de barris/dia. Analistas especializados observam que as descobertas e o crescimento da produção em países da periferia do capitalismo mudaram a geopolítica do petróleo no século XXI. Quase em simultâneo, falando de Genebra, onde guarda repouso após as derrotas eleitorais no Brasil,  FHC assegurou que ‘o governo Dilma está sem estratégia'. Sua referência, naturalmente,  é a exemplar condução estratégica do país  no ciclo tucano de privatizações e alinhamentos carnais. (Carta Maior)

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Você acredita nas histórias de O Globo?

Blog do Mello

Milhares de ex-traficantes pedindo emprego à polícia no Rio. Você acredita nisso?

A manchete da primeira página de O Globo deste domingo diz: “PM ajuda ex-traficantes a buscar emprego formal”.

Na reportagem nos informam que a chegada das UPPs às comunidades tem levado traficantes a pedirem ajuda à Polícia Militar para que consigam emprego. Segundo o Comando de Polícia Pacificadora, “são dezenas de ex-soldados do tráfico que diariamente pedem aos policiais uma oportunidade de trabalho”.

Fiz uma continha básica. São 13 UPPs em funcionamento (o Rio tem mais de mil favelas). Peguei os dias em que foi instalada cada uma e, usando um script, calculei há quantos dias cada uma estava funcionando. Somei os treze números e dividi por treze para calcular a média (com grave distorção, pois algumas foram inauguradas recentemente).

Resultado: 363,85 dias de média. Quase um ano. Multiplicando por apenas uma dezena (embora a reportagem fale em dezenas por dia, dei um descontão de pelo menos 50%, já que, para falarmos em “dezenas”, obrigatoriamente teríamos de contar com mais de 20), chegamos ao número de 3638 (O 0,5 que falta seria talvez o Meio Quilo, mas esse já morreu...) traficantes e/ou soldados do tráfico arrependidos procurando a PM atrás de emprego. Vários deles – sempre segundo a reportagem de O Globo – seguindo conselhos da mãe.

Corri atrás do fato, distribuí vários jornalistas desempregados pelas UPPs e, num furo de reportagem, o blog conseguiu flagrar o diálogo entre um traficante arrependido e um policial da PM. Como na reportagem de O Globo, os nomes não serão revelados e você só acredita se quiser, ou puder.

O arrependido começa:

- Seu poliça...
- …
- Desde que vocês pacificaram aqui que eu tô desempregado... Eu embalava os bagulho, vigiava a parada, trocava [tiros] com vocês...
- (põe a mão na arma)
- Pô, desculpa aí, foi mal... Não precisa ficar nervoso. Não esculacha que eu agora tô pacificado...
- Tu quer o quê?
- Um emprego...
- Que que tu sabe fazer?
- Aquilo que eu já disse.
- Mas isso não serve mais aqui. Tem estudo? Aguenta um saco de cimento?
- Pô, seu poliça, pedi pra num esculachar...
- Foi mal...
- Tô topando qualquer parada. É que a minha mãe mandou.
- Ah, e tu obedece a mamãezinha, é?
- Pô, eu pedi...
- Desculpa, não esculacho mais... E só agora tua mãe te mandou arrumar emprego, é?
- Não, ela sempre me deu bons conselho.
- Vem cá. E por que tu não fez como todo mundo e foi procurar emprego por aí, nos classificados, nas lojas, restaurantes, obras, e vem procurar logo a polícia?... Tu sabe quanto ganha um PM? Sabe que a PM do Rio tem um dos piores salários do Brasil? Se eu soubesse de emprego arrumava pra mim, mané...





Folha é desmoralizada por mais uma mentira


Matéria mentirosa pulbicada na Folha de São Paulo desta segunda-feira (24/1)

Blog da Petrobras

A Petrobras desmente com veemência matéria publicada com chamada de capa no jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (24/1), sob o título “Petrobras quer reduzir compras no país”. A Petrobras não cogita nem pleiteou ao governo a redução de sua meta de índice de conteúdo nacional. A empresa reafirma, da mesma forma que informou à Folha antes da publicação da matéria, que não há atraso no cumprimento das metas, nem qualquer movimentação contrária à sua ampliação.

A Folha de S.Paulo ignorou informações fornecidas pela Petrobras em 21/1, sobre a intensificação de medidas de incentivo, cobrindo áreas estratégicas para as empresas, como tecnologia, finanças e gestão. É mentirosa a informação sobre reuniões da Petrobras com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para discussão destas questões nas últimas semanas.

Com um crescimento de 400% nas contratações no País, a política da Petrobras de participação máxima do mercado nacional na aquisição de bens e serviços no Brasil elevou o conteúdo nacional mínimo de 57%, em 2003, para 77,34%, em 2010. A confiança da Petrobras no mercado supridor nacional e a capacidade de resposta desse mercado permitiram que a parcela nacional das contratações da Companhia registrasse um crescimento constante e acima da meta ao longo dos últimos anos. A política de estímulo à indústria nacional praticada pela Petrobras tem o objetivo de utilizar seu poder de compra para ampliar a competitividade dos fornecedores nacionais.

A empresa tem realizado sistemáticas reuniões com empresários de pequeno, médio e grande porte, com o objetivo de estimular a indústria nacional a desenvolver sua capacidade de fornecimento de produtos, que vão desde parafuso até sondas marítimas.

Em relação à cessão onerosa, dentro do cronograma que vai até 2014, a empresa precisará contratar sondas e outros equipamentos no exterior para cumprir o prazo estabelecido por lei. Isso não significa, de forma alguma, deixar de cumprir as metas estabelecidas. Usar essa informação no contexto da reportagem é, no mínimo, má-fé.


Pergunta da Folha e resposta da Petrobras encaminhada ao jornal, referentes à matéria “Petrobras quer diminuir meta de conteúdo nacional”, publicada nesta segunda-feira (24/01).

Pergunta: A pauta é sobre a tentativa da Petrobras de cumprir o índice de nacionalização em suas licitações para a exploração do pré-sal. Há um cronograma de nacionalização para os próximos anos que terá que ser refeito, segundo fontes ouvidas pela Folha, porque a indústria nacional ainda não se organizou o suficiente para atender à demanda. Os preços são muito mais altos que os cobrados no exterior e se a Petrobras tiver que esperar a indústria nacional ter competitividade poderá ter o seu cronograma de exploração comprometido.

Gostaria basicamente de saber se há um novo prazo em discussão para conteúdo nacional, se a meta atual poderá ser flexibilizada e o que pode ser feito junto aos fornecedores locais de equipamentos para que possam atender à Petrobras nos próximos anos.

Resposta: Não há atraso no cumprimento das metas no que diz respeito ao índice de conteúdo nacional nas obras da Petrobras, ou qualquer movimentação contrária à sua ampliação.

Ao contrário, medidas de incentivo estão sendo intensificadas, cobrindo áreas estratégicas para as empresas – tecnológica, financeira e gestão. A Petrobras está fazendo também contatos permanentes com a rede de fornecedores de todo o País. Sistemáticas reuniões com empresários – pequenos, médios e grandes fornecedores – estão sendo feitas no sentido de estimular a indústria nacional a produzir tudo o que a Petrobras precisa, desde parafuso até sondas.


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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Na Tunísia, dono de canal de televisão é preso por divulgar informações falsas e incitar a violência


O proprietário de um canal de televisão, na Tunísia, foi preso acusado de traição por divulgar informações falsas e incitar a violência. O país vive grande instabilidade desde que uma onda de protestos acabou por derrubar o então presidente, Zine al-Abidine Ben Ali. O canal Hannibal TV ficou fora do ar por algumas horas.

O proprietário da emissora é parente da mulher do ex-presidente, que caiu depois de 23 anos no poder. Há cerca de um mês, protestos contra a alta do custo de vida e o desemprego espalharam-se pela Tunísia. Diante da pressão popular, Ben Ali fugiu do país em 14 de janeiro.

Desde então, a Tunísia é governada por um ministério de coalizão, que manteve nos cargos o então primeiro-ministro e outros integrantes do antigo regime. A medida não foi bem aceita pelos manifestantes, que voltaram às ruas na semana passada. Novas passeatas ocorreram no fim de semana.

No sábado (22), a polícia prendeu manifestantes na vizinha Argélia. Cerca de 300 pessoas organizaram uma marcha na capital Algiers, pedindo liberdade política. Muitas carregavam bandeiras da Tunísia. Houve feridos, inclusive policiais.

As manifestações estão proibidas na Argélia porque o país vive sob estado de emergência contínuo desde 1992. Em comunicado divulgado pela imprensa estatal, a população era chamada a “mostrar sabedoria e vigilância e não responder a provocações para quebrar a tranquilidade”.

Fonte: Agência Brasil

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Hospital do Fundão volta a funcionar nesta segunda-feira


Depois de quase dois meses fechado, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), conhecido como Hospital do Fundão, retoma as atividades essenciais nesta segunda-feira (24). O atendimento a pacientes com consultas marcadas será normal, assim como o funcionamento dos serviços especiais de diagnósticos e de exames laboratoriais, além do serviço de hemoterapia.

O atendimento aos serviços de internações para cirurgias também será retomado gradativamente a partir de hoje. A previsão é que até o final de fevereiro o Hospital do Fundão esteja funcionando plenamente.

A unidade foi fechada em dezembro para implosão da perna-seca, uma ala equivalente a cerca de 50% da área total do prédio, que sofreu abalos estruturais em meados do ano passado.

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domingo, 23 de janeiro de 2011

Conselhos de Erundina para a presidenta Dilma Rousseff


Transcrito na íntegra do site Congresso em Foco

Questão de Foco
De Erundina para Dilma: “Não se intimide”

Primeira mulher a comandar a maior cidade do país, deputada adverte presidenta que sociedade é mais tolerante com os erros dos homens e aconselha petista a transformar eventual discriminação em luta

Por Edson Sardinha

Mulher, solteira, migrante nordestina e filiada a um partido temido por determinados setores da sociedade à época. Contra todas essas adversidades, Luiza Erundina fez história ao se tornar a primeira mulher eleita para comandar a maior cidade do país no final dos anos 80, então pelo PT. Duas décadas depois, a ex-prefeita de São Paulo é uma das principais coordenadoras da bancada feminina no Congresso e uma entusiasta confessa do governo da primeira presidenta do Brasil. Do alto de sua experiência política, Luiza Erundina pede a Dilma Rousseff que não se esqueça que a sociedade, apesar dos avanços dos últimos anos, ainda é menos tolerante com os erros de uma mulher na vida pública do que seria com os desacertos de um homem.

“A sociedade é mais complacente com os homens. É mais tolerante com o homem do que com a mulher. Por isso a gente acerta, na média, mais que os homens, porque somos submetidas a mais exigências. Nós temos de dar certo. É praxe o homem nem sempre dar conta da responsabilidade, trair o voto popular. Como não temos precedentes, a responsabilidade que cai sobre nossos ombros é maior.”

Reeleita para seu quarto mandato de deputada federal pelo PSB, a ex-petista, baseada na sua experiência na administração de São Paulo, Erundina dá conselhos a Dilma sobre como enfrentar o eventual preconceito. “Primeiro, não se sentir vítima. Sei que ela não se sente. Nunca me senti vítima, transformei a discriminação em bandeira de luta. A gente só vai eliminar essa desigualdade de gênero quando houver mudança de cultura. Segundo, não se intimidar. Tem de ir para cima. A bandeira da luta é permanente. Acredito que ela administrará isso muito bem. Para uma mulher com o nível de politização e vivência dela, isso não será problema”, afirma a deputada.

Nesta entrevista ao Congresso em Foco, Luiza Erundina diz que a participação política das mulheres evoluiu consideravelmente desde sua eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988, mas que não é possível dar a luta por vencida. “Temos de ampliar nossa participação política no Parlamento. Na Argentina, por exemplo, as mulheres já ocupam 40% das cadeiras do Congresso. Mas o nosso quadro partidário é pior que o de lá e o de outros países da América Latina. Não há democracia interna nos partidos.”

Carta com fezes

Dezoito anos depois de ter deixado a prefeitura de São Paulo, Erundina ainda se lembra das dificuldades que enfrentou no comando da maior cidade da América do Sul. “No meu caso ainda era pior, porque eu era mulher, nordestina e do PT. Eram várias condições pessoais minhas que se somavam e reforçavam o preconceito. Sofri muito boicote e agressão. Recebi inúmeras mensagens ofensivas. Chegaram a me mandar uma carta com fezes dentro. Não foi fácil. Mas isso foi há 20 anos. Hoje, embora haja muita resistência em relação à participação das mulheres na política, o cenário é diferente”, avalia. “Dilma não se elegeu só por ser a candidata do Lula. Mas também por ser mulher”, acrescenta.

Na visão de Erundina, a presidenta terá como principal desafio inicial em seu governo envolver um novo ator na interlocução com o Congresso: a sociedade civil organizada. Com o apoio de movimentos populares, por exemplo, Dilma ficará menos dependente do Legislativo e dos partidos políticos, entende a deputada. “Esse quadro partidário está esgotado e muitos dos problemas nessa relação se devem ao esgotamento dos partidos como propostas políticas”, considera. Para ela, os partidos e o Congresso perderam autonomia, identidade e projeto próprio.

Veja a íntegra da entrevista de Luiza Erundina:

Congresso em Foco - A senhora foi a primeira mulher a comandar a maior capital do país. A senhora se sentiu discriminada enquanto foi prefeita?

Luiza Erundina – Com certeza, enfrentei várias situações. No meu caso ainda era pior, porque eu era mulher, nordestina e do PT. Eram várias condições pessoais minhas que se somavam e reforçavam o preconceito. Sofri muito boicote e agressão. Recebi inúmeras mensagens ofensivas. Chegaram a me mandar um carta com vezes dentro. Não foi fácil. Mas isso foi há 20 anos. Hoje, embora haja muita resistência em relação à participação das mulheres na política, o cenário é diferente. A luta das mulheres ganhou em visibilidade e avançou. Dilma não se elegeu só por ser a candidata do Lula. Mas também por ser mulher.

Mas a participação feminina no Congresso continua uma das mais baixas da América Latina...

Não é porque Dilma foi eleita presidenta que a questão da mulher está resolvida. Só elegemos uma presidenta quase 80 anos depois de termos elegido a primeira prefeita, no Rio Grande do Norte [Alzira Soriano, prefeita de Lajes em 1929]. A luta não está vencida e consagrada. Temos de ampliar nossa participação política no Parlamento. Na Argentina, por exemplo, as mulheres já ocupam 40% das cadeiras do Congresso. Mas o nosso quadro partidário é pior que o de lá e o de outros países da América Latina. Não há democracia interna nos partidos.

Que tipo de preconceito Dilma pode enfrentar por ser uma mulher na Presidência?

É a primeira mulher a chegar à Presidência. Apesar de ter filha e neto, ela não tem uma família dentro do padrão. Isso pesa. Mas é assim que se vai mudando a cultura, porque a gente foge do padrão tradicional de família, de faixa etária, de gênero e coisas que reforçam o preconceito. A sociedade é mais complacente com os homens. É mais tolerante com o homem do que com a mulher. Por isso a gente acerta, na média, mais que os homens, porque somos submetidas a mais exigências. Nós temos de dar certo. É praxe o homem nem sempre dar conta da responsabilidade, de trair o voto popular. Como não temos precedentes, a responsabilidade que cai sobre nossos ombros é maior. Foi a partir da minha vitória em São Paulo que as mulheres passaram a acreditar mais na possibilidade de ampliar o espaço político.

Que diferenças a senhora acredita ter levado ao seu governo?

Foi, sobretudo, na forma de governar, de se relacionar com o povo, no sentido de desmistificar a governabilidade, de dar rigor absoluto na ética e soluções criativas para os problemas.

Que conselhos a senhora daria a Dilma para enfrentar eventuais preconceito?

Primeiro, não se sentir vítima. Sei que ela não se sente. Nunca me senti vítima, transformei a discriminação em bandeira de luta. A gente só vai eliminar essa desigualdade de gênero quando houver mudança de cultura. Segundo, não se intimidar. Tem de ir para cima. A bandeira da luta é permanente. Acredito que ela administrará isso muito bem. Para uma mulher com o nível de politização e vivência dela, isso não será problema.

A bancada feminina acabou não crescendo no Congresso com a mudança de legislatura. Mas nunca houve tantas ministras como no governo Dilma. A participação das mulheres no ministério corresponde às expectativas da bancada feminina?

Não só pelo número, mas pelas características dessas companheiras que assumem. Isso me deixa muito contente e com uma expectativa muito positiva. O governo Dilma já começa com um diferencial. Embora não tenha chegado a 50% de participação feminina, um dia chegaremos. Talvez não tenha chegado a 30%, como pretendia a presidenta, mas temos um número maior e com a característica delas. Elas já vêm com muita experiência, com trajetória e uma presença forte na luta pela cidadania, pelos direitos de gênero, pelos direitos humanos. São lideranças políticas. Isso vai fazer diferença no governo.

Quais serão os principais desafios da presidenta Dilma neste início de governo?

Será mobilizar a sociedade civil para estabelecer um diálogo permanente com um dos atores que devem influir nas decisões de governo. Além do Legislativo e do Executivo, é fundamental que haja uma interlocução do governo com a sociedade civil organizada.

Faltou essa interlocução durante os oito anos do governo Lula?

Faltou. O método de gestão que o presidente adotou estava de acordo com o feitio de liderança dele e de seu carisma. Deu certo. Mas a democracia pressupõe um protagonismo da sociedade civil organizada para além das instituições políticas, como o Congresso e o Executivo. Isso aí pode ser uma grande contribuição que a nova presidenta dará à democracia no país, estimulando a democracia direta e participativa.

Conquistar o apoio dos movimentos sociais para pressionar o Congresso seria uma forma de compensar o carisma que falta a ela e sobrava em Lula?

Sim. Não só por isso, mas para não ficar tão dependente do Congresso. A base de sustentação precisa ser preservada, é necessário ter uma relação propositiva com o Congresso. Mas uma dependência absoluta não é algo bom. Uma forma de mediar essa relação - já que a base é tão larga, tão heterogênea, tão pouco definida ideologicamente – e de compensar essa dependência tão grande é ter um terceiro ator interferindo nessa relação, que é a sociedade civil organizada. Pela experiência que tivemos nos oito anos de governo Lula, temos condição de avançar nessa direção.

O que vai mudar essa relação do Executivo com o Legislativo na prática?

É exatamente essa presença de um terceiro interlocutor, a sociedade civil organizada. Mas as determinações serão as mesmas. Dificilmente, a nova presidenta conseguirá não ficar tão dependente das injunções e das exigências das forças que estão aqui no Congresso. Mas o perfil dela pode alterar um pouco essa forma com que Lula lidava, que era baseada no tipo de liderança e no carisma dele. A conjuntura política e o perfil de cada um interferem nessa relação. O fato de ser outra pessoa, com outro tipo de experiência, vai trazer dados diferentes. Se não forem inovadores, pelo menos diferentes serão.

Que erros cometidos nessa relação com o Congresso no governo Lula não podem ser repetidos por Dilma?

Essa relação do Executivo com o Congresso e os partidos teria de ser mais transparente. Tem de haver um investimento muito alto na reforma política. Esse quadro partidário está esgotado e muitos dos problemas nessa relação se devem ao esgotamento dos partidos políticos como propostas políticas. São legendas, umas mais antigas, outras menos, umas mais fortes e maiores, outras com menos tempo de experiência política, mas todas têm uma relação com o governo que não é boa. Os partidos perdem sua autonomia, sua identidade, seu projeto próprio. Uma democracia forte, plural, pressupõe partidos identificados ideológica e programaticamente, mesmo sendo base do governo. Partido da base do governo deve ter seu próprio projeto, embora identificado com o projeto que está sendo exercitado no governo. Se abrir mão disso, não é partido, porque partido existe para disputar poder. Para isso, tem de ter projeto próprio mesmo com identidade em relação a outros. Senão, daqui a quatro ou oito anos, esse partido continuará na mesma condição de ser uma força auxiliar, e não principal, a disputar o poder do país.

A senhora espera também mudança de comportamento por parte da oposição?

Vai depender da forma com que a presidenta Dilma vai estabelecer essa relação. Porque há uma prática de oito anos - e até anterior, do outro governo – que faz o Congresso se ressentir de preservar, afirmar e exercitar sua autonomia como um dos poderes da República. Hoje fica submetido a medidas provisórias em número exagerado. O Judiciário substitui muitas prerrogativas do Legislativo até em matérias de exclusiva competência do Congresso, como as questões ligadas a partidos políticos e eleições. O Congresso está se ressentindo de uma relação mais soberana, que preserve a harmonia entre os poderes, que permita a ele ser um poder identificado como tal, exercitando sua soberania. Ele precisa se afirmar e ocupar o espaço dele no Estado democrático de direito numa república verdadeiramente democrática. Há muito que avançar da parte do Legislativo. Invisto nisso como deputada, sobretudo, numa reforma política que seja fruto de um pacto da sociedade com as instituições políticas para aperfeiçoar o processo democrático no país.


Fonte: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=12&cod_publicacao=35863

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sábado, 22 de janeiro de 2011

Governo estuda isenção de taxas para internet banda larga


Blog do Panalto

Uma das principais metas do governo da presidenta Dilma Rousseff é levar internet de alta velocidade por um preço mais acessível a todos os domicílios brasileiros, afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em participação a Campus Party 2011, considerada o maior evento de inovação, ciência, criatividade e entretenimento digital de todo o mundo.

“No Brasil tem uma demanda crescente por serviços de internet em alta velocidade. Nós estamos trabalhando para que antes mesmo de 2014 o Plano Nacional de Banda Larga já tenha resultados visíveis”, afirmou o ministro.

No palco principal, o ministro das Comunicações falou sobre os desafios que o setor precisa vencer no Brasil e acrescentou que uma das medidas que podem ser adotadas pelo governo para ajudar na massificação da banda larga é a redução de alguns impostos que incidem sobre o serviço. Segundo ele, o governo federal já estuda essa possibilidade e vários governos estaduais se manifestaram favoráveis à desoneração de impostos para o setor.

O ministro Paulo Bernardo afirmou ainda que nos próximos meses o governo fará um grande arranjo institucional com todos os agentes envolvidos no Plano Nacional de Banda Larga. “Até o final de abril fecharemos os acordos para baratear o preço da internet proposto no plano. Uma das intenções é reduzir impostos”, disse.

A Campus Party, que é realizada pela quarta vez no Brasil, reúne na capital paulista 6,5 mil participantes vindos de países como Colômbia, Equador, Espanha, Estados Unidos, México, Portugal e Reino Unido, além do Brasil. O objetivo, segundo os organizadores, é a partilha de conhecimento, troca de experiências e a realização de todo o tipo de atividades relacionadas a computadores, às comunicações e às novas tecnologias.

Foto: Divulgação/MC

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Itália pressiona governo brasileiro a extraditar Battisti


O presidente da Itália Giorgio Napolitano enviou correspondência à presidenta Dilma Rousseff para que ela reveja a decisão sobre a extradição do ex-ativista político Cesare Battisti, de 52 anos. A carta foi enviada no último dia 14 – antes de o Senado italiano ratificar a moção em favor da extradição e do Parlamento Europeu reiterar a solicitação da Itália.

Assessores da presidenta Dilma informaram que o caso de Battisti é interpretado pelo governo italiano como uma questão jurídica que não afeta as relações bilaterais. Segundo a assessoria da Presidência, as relações entre Brasil e Itália são amplas e históricas. Dilma ainda não respondeu à correspondência.

Os detalhes da correspondência encaminhada por Napolitano não foram revelados pela assessoria da presidenta, porém, autoridades italianas informaram que ele ressaltou que há um tratado de extradição entre Brasil e Itália e que deve ser cumprido.

Na última quinta-feira (20), o Parlamento Europeu aprovou o pedido de extradição do governo da Itália referente ao ex-ativista político. A proposta solicita que o governo brasileiro reavalie o pedido da Itália no esforço de assegurar o tratado bilateral sobre a extradição. A votação ocorreu durante à tarde e 20 parlamentares se inscreveram para discutir o assunto.

A decisão do Parlamento Europeu será comunicada oficialmente à presidenta e aos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS), assim como ao presidente da Comissão Parlamentar do Mercosul, senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS). A aprovação do texto deve ser interpretada como recomendação em nome da parceria estratégica que há entre o Conselho da União Europeia e o Brasil.

No último dia 31 de dezembro, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Battisti no Brasil com base nas argumentações da Advocacia-Geral da União. A iniciativa gerou polêmicas na Itália com protestos de manifestantes nas ruas e também de integrantes do governo italiano.

Desde 2007, Battisti é mantido preso preventivamente na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele fugiu da Itália rumo à França e, em 2004, chegou ao Rio de Janeiro. Na Itália, o ex-ativista foi condenado à prisão perpétua por envolvimento em quatro assassinatos. Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), ele nega todos os crimes que lhe são atribuídos.

Fonte: Agência Brasil

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Aeronautas e aeroviários aprovam acordo salarial


O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), os Sindicatos de Aeroviários e Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) assinaram, nesta sexta-feira (21), o acordo de renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). As categorias garantiram 8,75% de aumento sobre os salários e demais itens econômicos e 10% de aumento sobre os pisos, com ganho real, respectivamente, de 2,52% e 3,70%.

A aprovação da proposta, negociada entre os sindicatos, aconteceu em assembleias realizadas em todo o país no último dia 20. O piso de operador de equipamentos, no valor de R$ 810, não foi aprovado pela categoria por ser muito baixo para a função. Sindicatos e empresas devem seguir a discussão sobre a criação de novos pisos em reuniões previstas ao longo do ano.

Segundo o Dieese, no primeiro semestre de 2010 houve um sensível crescimento no número de negociações com aumentos reais. Contudo, apenas um quarto desses reajustes tiveram aumentos reais superiores a 2%. Os trabalhadores aeronautas e aeroviários passam a fazer parte desse grupo, ao conquistar aumento real de 2,52%.

Outras categorias também conquistaram índices de aumento real, dentre elas comerciários, bancários e trabalhadores da construção civil. Os índices conquistados pelos trabalhadores da aviação, no entanto, foram superados apenas pelos petroleiros e metalúrgicos.

Para os sindicalistas, apesar da grande vitória dos trabalhadores, há muito ainda a avançar em busca de melhores condições de trabalho, cumprimento da legislação e enfrentamento do assédio moral.

“Os aeroviários podem, por lei, trabalhar apenas seis horas por dia, com possibilidade de duas horas extras. Mas não são poucos os casos em que as empresas fazem os trabalhadores atuarem duas jornadas seguidas”, ressalta Celso Klafke, presidente da Fentac/CUT e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.

Klafke lembra que foi a desobediência das normas trabalhistas pelas empresas que motivou a falta de funcionários e atrasos em voos no final do ano passado. “As irregularidades vinham acontecendo e a Anac teve que fiscalizar devido ao grande número de denúncias. Deu no que deu”, conclui.


Fonte: Fentac

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Repórter de O Globo leva taxista blogueiro à Delegacia de Polícia

Transcrito do Blog Taxi em Movimento 
Postado por Jorge Schweitzer, em 18/01/2011, às 19:02
 
Jornalista do Jornal O Globo fez queixa contra Jorge Schweitzer na 9a. DP do Catete

Acabo de sair da 9a. DP...

Uma jornalista do Jornal O Globo entrou em meu táxi e ficou enfurecida ao eu comentar que O Globo estava sendo tendencioso (exatamente esta palavra que utilizei) em relação ao Caso Joanna...

A moça ficou descontrolada...

Mandou eu parar o carro...

Ligou para a redação (falou com alguém chamado Paulo Roberto) dando minha placa e meu nome completo que ela retirou acintosamente do cartão que levo no parabrisa...

Retruquei que daria o troco a tornando famosona na Rede através do meu blog...

Ela disse que eu estava a ameaçando e me conduziria a 9a. DP...

O troço é tão surreal que fiquei com medo dela inventar algo por lá...

Quando entrei na 9a. DP ela desabou a chorar e disse que eu estava a ameaçando...

Ficou todo mundo me olhando achando que eu tinha espancado a mulher...

Eu olhei prá ela e pedi que ela falasse somente a verdade...

Daí ela não inventou mesmo (devo reconhecer que ela não mentiu completamente)...

A moça da recepção pediu seu nome e ela apontou prá mim alegando não falaria seu nome na minha frente para eu não reproduzí-la em meu blog...

A moça do balcão perguntou então como poderia abrir uma solicitação de alguém que não quer dar seu próprio nome...

Ela se identificou como jornalista do Jornal O Globo e que queria falar com o delegado titular...

Imagina, você?!

Alguém entra numa delegacia simplesmente porque alguém não concorda com linha editorial do Globo...

Como os créditos no meu celular estavam acabando fui até uma lotérica para recarregar e liguei para outros jornalistas porque fiquei com medo de ser plantada uma sacanagem já que ela comunicou a redação do Globo...

Ficou parecendo enredo do Scorcese...

Mas, o que mais deixou a senhora jornalista desestabilizada foi quando me alegou isenção completa dos profissionais do Globo que jamais aceitariam qualquer pressão e sugeri que ela na próxima reunião de pauta recomendasse uma matéria longa sobre a grande trajetória de Leonel de Moura Brizola...

Juro que foi somente isto que fez esta moça entrar na 9a. DP para se queixar...

Agora, esta senhora não é a senhorinha do cafezinho ou a moça da limpeza, ela é jornalista mesmo...

Descobri que era jornalista depois que ela desligou o celular onde recomendava retificação do texto sobre os dois irmãos que foram pegos roubando donativos já que ela acabara de se falar com o reitor da UERJ, que era o local que o motorista do caminhão trabalha...

Agora...

Como é que um jornalista intimida um taxista e leva o sujeito prá delegacia já que só de falar em polícia qualquer um treme sabendo que vem pepino por aí?

E se eu fosse um taxista desarticulado e sem noção dos meus direitos e deveres?

Já imaginaram esta moça na época da ditadura caso contrariada por alguém e com esta carteira bacana de quarto poder?

Já estou de saco cheio desta coisa de carteirada abrir portas e reverterem verdades absolutas...

Seria facílimo identificar esta moça e estampar o nome dela por aqui já que ela me colocou numa situação totalmente desnecessária somente para tentar me atemorizar...

Quando retornei da rua o delegado me recebeu no gabinete dele e foi hiper gentil pedindo que eu esquecesse o incidente já que moça estava arrependida depois da dimensão que a coisa tomou...

O delegado permitiu que eu reproduzisse seu nome e eu acabo de esquecer...

Acho que é Mário, mas o restante deu branco...

Até brinquei com o delegado:

- Me conta aqui baixinho o nome da dona prá publicar no meu blog, delegado, por favor...

Dr. Mário riu e disse que não sabia...

Comentei também que me recusei a receber o valor da corrida e joguei os R$ 20,00 de volta para cima do banco traseiro e quando sai do carro percebi que ela havia deixado no assoalho de trás...

Tentei deixar na delegacia as vinte merrecas, mas o pessoal se recusou a ficar com a grana...

Portanto, se a moça quiser o dinheiro de volta basta ligar que deixo na portaria da Irineu Marinho, 30...

Como vocês sabem que não minto nunca, esta é a história do que aconteceu...

Um ou outro detalhe passou batido, mas posso esclarecer se for o caso...

Eu poderia tranquilamente identificar esta senhora em meia hora, não vou fazê-lo...

Agora, é importante que todos saibam que a Internet deu uma dimensão a todos nós que iguala o poder de fogo tanto de quem é anônimo quanto de alguém que acredita que o fato de trabalhar num grande Jornal pode sair por aí levando quem quer que seja para se explicar na delegacia qualquer discussão banal...

Quando ao Caso Joanna, realmente tenho esta impressão que o Globo tem procurado incensar o André Marins e a Vanessa Maia Furtado...

Um episódio marcante do Caso Joanna foi quando o Mais Você da Ana Maria Braga deu ampla divulgação e a Ana Maria foi surpreendida com chamada de capa que dizia que Joanna Marcenal havia morrido simplesmente de meningite...

Aquilo foi uma rasteira que nem o Dr. Frank Perlini, diretor do IML, entendeu...

Apesar de todos indícios periciais apontarem que a causa da meningite foi maus tratos providenciados pelo casal Marins o Globo fala sempre em meningite e ponto...

Os Marins foram infinitamente mais cruéis que os Nardoni e não sofrem a mesma pressão midiática que levou os Nardoni a serem presos desde o primeiro instante...

Não sei, talvez este episódio desagradável nos legue a oportunidade de O Globo repensar e nos ajudar efetivamente a fazer Justiça por Joanna...

Quem sabe?

Jorge Schweitzer

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Setor aéreo oferece reajuste de 8,75% aos aeronautas

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), após reunião com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac), nesta segunda-feira (17), no Rio de Janeiro, apresentou proposta para ampliar de 8,2% para 8,75% o reajuste salarial dos aeroviários e aeronautas. Na próxima quinta-feira (20), em todo o Brasil, os sindicatos e as federações de trabalhadores estarão em assembleia, para discutir a aprovação desse percentual.

“Esse aumento (2,67% sobre salários e 3,92% sobre pisos) foi o que chegou mais perto do nosso objetivo inicial. Tem que haver aceitação das propostas pelos trabalhadores em todo o Brasil, é o que eu espero que aconteça”, afirmou o presidente do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre Celso Klafke.

Se os trabalhadores aceitarem as propostas e houver um consenso nacional, na sexta-feira (21) a Fentac volta ao Rio de Janeiro para formalizar as assinaturas das convenções coletivas.

Os sindicatos dos trabalhadores e a Fentac/CUT defendem 10% de aumento salarial; 15% de aumento para pisos e cesta básica; criação dos pisos de operador de equipamentos (de R$ 1.000,00) e agente de check in (de R$ 1.100,00) para aeroviários; criação de diárias internacionais para aeronautas; e a ampliação da licença-maternidade.

A busca por aumento salarial da categoria começou em setembro do ano passado, quando o pedido de reajuste inicial era de 15% sobre os salários e 30% sobre os pisos. Sem conseguir chegar a um acordo, a categoria planejou uma greve, com início marcado para o dia 23 de dezembro. Uma decisão da Justiça impediu a paralisação.

A greve foi impedida por determinação da Justiça de forma arbitrária e contrária à Constituição, criticam os sindicatos, mas já pode ser reconvocada, pois o prazo imposto pelas liminares expirou. As entidades representativas dos trabalhadores, no entanto, apostam no êxito das negociações e, no momento, não pretendem reorganizar a greve.

"Os sindicatos têm insistido permanentemente na negociação, mesmo nos momentos de disputa mais acirrada, e continuam na expectativa de uma saída que atenda aos trabalhadores", afirmam os sindicalistas. "A bancada dos trabalhadores reconhece a importância da mesa de negociações com o SNEA, que é o legitimo interlocutor da bancada patronal", ressaltam. A greve, no entanto, não está descartada até que o acordo seja aprovado pelas entidades e pelos trabalhadores.

Assembeia Geral dos Aeronautas

Dia 20 de Janeiro às 15 horas, em primeira chamada, e às 15h30 em segunda e última chamada, na Sede, Subsede e demais representações do seu sindicato


Fontes: Abr – Fentac - SNA


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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tunísia liberta presos políticos e garante trabalho da imprensa


O primeiro-ministro da Tunísia, Mohammed Ghannouchi, anunciou nesta segunda-feira (17) a formação de um governo de unidade nacional. O presidente Zine-al-Abidine Ben Ali abandonou o país, na última sexta-feira (14), depois de 23 anos no poder. Os titulares das pastas do Interior, Relações Exteriores e Defesa mantiveram os cargos, bem como o próprio primeiro-ministro, que vai liderar o gabinete até a convocação de novas eleições.

Três líderes oposicionistas foram indicados para os ministérios da Educação Superior, da Saúde e do Desenvolvimento. O governo também anunciou a libertação de presos políticos e a suspensão de qualquer restrição ao trabalho da imprensa.

Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro disse estar comprometido em “reestabelecer a calma e a paz no coração de todos os cidadãos”, bem como fazer as reformas política e econômica.

Durante a noite, tiros foram ouvidos nas proximidades do palácio presidencial, em Cartago, segundo relatou a BBC. Soldados patrulham as ruas de Tunis e outras cidades importantes. No domingo (16), o ex-chefe da segurança presidencial foi preso, acusado de fomentar a violência.

Por causa da instabilidade política, já começa a faltar combustível nos postos do país. As filas são enormes. Os saques constantes fizeram com que moradores bloqueassem as suas ruas com pedras e troncos de árvores para proteger as próprias casas. Há reclamações de que faltam pão e farinha nos mercados da capital. Um grupo de cidadãos suecos, que disse estar no país para caçar, foi atacado por populares porque estavam carregando armas em um táxi.

Ben Ali, que governou a Tunísia por 23 anos, ao abandonar o poder, buscou abrigo na Arábia Saudita. No sábado (17) a Corte Suprema determinou que o afastamento de Ben Ali é definitivo e que novas eleições presidenciais devem ocorrer em, no máximo, em 60 dias.

Durante um mês, manifestantes fizeram protestos diários em cidades do interior, contra o aumento dos preços dos alimentos e a falta de empregos. A exemplo do que aconteceu em setembro do ano passado nos protestos de rua em Maputo, Moçambique, os meios eletrônicos foram fundamentais para mobilizar a população.

Em Moçambique, o veículo usado foi o telefone celular e as mensagens de SMS (sigla em inglês para serviço de mensagens curtas). Na Tunísia, o grande catalisador foram os sites de relacionamento.

Alguns tunisinos que viviam no exterior chegaram a Tunis, para a grande manifestação de sexta-feira passada, convocados pela rede mundial de computadores. Um deles, Mohamed Ben Hazouz, que mora em Paris, citado pela Voz da America, disse que essa foi a “primeira ciber-revolução do mundo”. O movimento também é chamado nas redes sociais de Revolução de Jasmim ou Revolução Facebook.

Alguns sites também creditam às informações vazadas pelo site Wikileaks a gota que faltava para fazer transbordar a insatisfação com o governo. Os vazamentos falam em atos de corrupção atribuídos à integrantes da família do ex-presidente.

Fonte: EBC/ABr

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Convocação para troca do RG pelo novo Registro de Identidade Civil começa hoje


Agência Brasil

A convocação dos selecionados para trocar a antiga cédula de identidade (RG) pelo novo cartão de Registro de Identidade Civil (RIC) começa nesta segunda-feira (17). Os moradores de Brasília, do Rio de Janeiro e de Salvador serão os primeiros a receber as cartas informando sobre a troca.

A escolha foi aleatória. Segundo o Ministério da Justiça, as cidades de Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN) e Rio Sono (TO) também fazem parte do projeto piloto, e o início da convocação será ainda no primeiro semestre.

Os cartões dos selecionados já estão prontos, pois foram feitos com base nos cadastros repassados pelos estados ao Ministério da Justiça. O RIC é um cartão magnético, com impressão digital e chip eletrônico, que inclui informações como nome, sexo, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade e assinatura, entre outros dados. O Ministério da Justiça estima que a substituição da carteira de identidade será feita gradualmente, ao longo de dez anos.

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sábado, 15 de janeiro de 2011

Mantega desautoriza quem faz especulação sobre corte no Orçamento


Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou nesta sexta-feira (14) qualquer especulação de números sobre o corte que será feito no Orçamento Geral da União (OGU) deste ano. “Quem falou não está autorizado. Eu é que tenho a palavra sobre isso”, disse.

Mantega reafirmou que qualquer definição a respeito “vai demorar de duas a três semanas”, e só depois disso é que a equipe econômica do governo levará a proposta para o Palácio do Planalto. Ele adiantou que serão feitas reduções máximas de gastos de custeio. “Não se deve comprar equipamentos novos. Temos que trabalhar com o que temos”.

Quanto às discussões sobre eventual aumento do salário mínimo, pelo Congresso Nacional, o ministro salientou que “também não há nada definido”. Desde o dia 1º, está em vigor o valor de R$ 540, que os parlamentares e sindicalistas tentam elevar para até R$ 580. Mas, de acordo com expectativas dos próprios políticos, a questão deve se arrastar até março.

Questionado a respeito do leilão do Banco Central, agendado para o início da tarde, com o objetivo de enxugar US$ 1 bilhão do mercado, o ministro salientou apenas que a instituição fará somente uma “atuação clássica” de compra futura, apostando na valorização da moeda norte-americana.

Trata-se de mais uma entre as muitas opções de política monetária para conter a queda do dólar ante o real, com prejuízo das exportações brasileiras. Outras medidas já foram adotadas, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a entrada de dinheiro especulativo e a elevação do compulsório bancário nas instituições financeiras com grandes volumes de dólares em caixa. Apesar dessas medidas, a moeda norte-americana fechou na quinta-feira (13) com a terceira queda seguida.

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Nova Friburgo é o município mais castigado pelas chuvas no Rio de Janeiro

Agência Brasil

O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Pedro Machado, disse que a cidade de Nova Friburgo é a mais atingida pela enxurrada que atingiu os municípios da região serrana nas últimas 72 horas.

O coronel relatou que o comércio da cidade está totalmente fechado e as lojas não abrem porque os empregados moram em locais de difícil acesso e o transporte público ainda é muito precário.

Machado disse também que o município de Bom Jardim - localizado no alto da serra, logo após Friburgo - não foi muito afetado na região central da cidade, mas teve várias pontes derrubadas com a força da enxurrada e ainda há regiões no interior completamente isoladas.

O militar informou ainda que para se chegar a essas comunidades isoladas o acesso só pode ser feito por helicópteros de pequeno porte.

A geografia dessas cidades mudou e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) terá de abrir novas estradas. As antigas foram totalmente arrastadas pela força da água e no lugar delas há toneladas de pedras, lama e terra.

O comandante do Corpo de Bombeiros afirmou que o tempo chuvoso não está permitindo que as aeronaves cheguem à região serrana. Elas estão baseadas no Rio de Janeiro, esperando que o tempo melhore para ter acesso às áreas atingidas pela tragédia.

O oficial informou que várias construtoras colocaram máquinas, homens e equipamentos à disposição do governo do Estado e estão atuando, neste momento, na abertura da estrada Friburgo-Teresópolis, por onde escoa toda a produção de hortaliças, frutas e verduras.


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Gestão com transparência, princípios éticos e republicanos


Presidenta Dilma Rousseff comanda primeira reunião ministerial (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)









Durante a primeira reunião ministerial, nesta sexta-feira (14), no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff deu o tom daquilo que pretende pautar sua administração e ordenou a seus ministros que todos se empenhem no corte de despesas .

Na abertura do encontro, ela destacou que quer “uma gestão com transparência, princípios éticos e republicanos”. O encontro serviu também para agrupar os 37 ministérios em quatro fóruns que atuarão de modo mais ordenado em temas como a Erradicação da Pobreza, liderado pelo Ministério do Desenvolvido Social e Combate à Fome (MDS); Desenvolvimento Econômico, sob liderança do Ministério da Fazenda; Infraestrutura e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a cargo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e, Direitos à Cidadania, pela Secretaria-Geral da Presidência da República.

Após a reunião, os ministros Guido Mantega (Fazenda), Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão) e Fernando Bezerra (Integração Nacional) concederam entrevista coletiva para informar sobre as diretrizes tomadas durante a reunião ministerial.

Segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o corte de gastos se dará no custeio de cada pasta. “O debate foi para ver quais são as alternativas que cada ministério pode ter para reavaliar seus contratos, seus custos, para que a gente consiga utilizar o recurso disponível para realizar as políticas de cada ministério”, explicou a ministra.

“O foco será no custeio direto da máquina. A preocupação da presidenta Dilma é que o governo federal tenha mais eficiência no gasto”, acrescentou Belchior. Ela ponderou, no entanto, que o corte das despesas não acontecerá “em um piscar de olhos”.

A ministra disse, ainda, que a presidenta reforçou a ideia de criar um fórum de competitividade e gestão, envolvendo os setores privado e público. “Servirá para pensar como o setor privado melhora sua competitividade e também como o público pode melhorar”.

O ministro Mantega contou que fez uma apresentação sobre o cenário da economia brasileira e alguns reflexos do mercado internacional a partir da crise financeira mundial. O ministro informou que a economia nacional teve um excelente resultado durante os dois mandatos do ex-presidente Lula.

“Em oito anos do governo Lula colocamos o país na rota do desenvolvimento. Neste período do governo Dilma queremos consolidar esse desenvolvimento”, disse.

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Planalto apresenta foto oficial da presidenta Dilma Rousseff


A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República apresentou, nesta sexta-feira (14), a foto oficial da presidenta Dilma Rousseff. O material foi produzido no dia 9 de janeiro por Roberto Stuckert Filho, fotógrafo oficial da Presidência da República.

A sessão de fotos durou uma hora e meia, no Palácio da Alvorada. A própria presidenta Dilma Rousseff fez a escolha final da foto que será afixada órgãos da administração pública federal.

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Há seis meses deputado não aparece na Câmara


Carta Capital

Deputado não trabalha há seis meses e já custou R$ 550 mil


Por  Jorge Américo*

O deputado federal José Fuscaldi, o Tatico (PTB-GO) não aparece para trabalhar na Câmara desde o dia 13 de julho de 2010, segundo apurou o site Congresso em Foco. No período em que esteve ausente, o parlamentar custou cerca de R$ 550 mil aos cofres públicos.

Esse valor se refere aos gastos com pagamento de salário, verba de gabinete, serviços postais, telefonia, passagens aéreas, entre outros. Tatico deixou de participar de 61 sessões deliberativas e apenas 12 faltas foram justificadas.

Tatico foi o primeiro parlamentar da história condenado a prisão em regime fechado pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 27 de setembro de 2010 o deputado foi considerado culpado pelos crimes de apropriação indébita previdenciária e sonegação de contribuição previdenciária.

O caso pode ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que concederá direito de defesa ao deputado. Em seguida, os demais deputados decidem o caso em votação secreta. Para a cassação ocorrer, é necessária a maioria absoluta dos votos.

O Congresso em Foco ainda constatou que – em dois mandatos consecutivos – Tatico não apresentou nenhum projeto de lei ou proposta de emenda constitucional.

*Publicada originalmente na Radioagência NP

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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Dilma defende ação conjunta dos governos federal, estadual e municipal na prevenção para evitar tragédias


Dilma e Cabral percorrem áreas atingidas pela chuva (Foto: Roberto Stucker Filho/PR)

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, no fim da tarde desta quinta-feira, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, que o trabalho de prevenção para evitar catástrofes como a que aconteceu ontem (12) na região serrana do estado, deve ser realizado em conjunto entre os governos federal, estadual e municipal.

Dilma negou que na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ocorrido falhas no repasse de recursos para obras preventivas no Rio de Janeiro. “Houve no Brasil um absoluto desleixo em relação à população de baixa renda, que foi morar na beira de córrego, do rio e em encosta dos morros”, afirmou a presidenta, ao lado do governador Sérgio Cabral, após sobrevoar as regiões atingidas pelas chuvas no Rio.

“Essa é uma questão que jamais achamos e, no meu governo, continuarei não achando que o problema é do estado e do município. É um problema do governo federal de fazer uma política de saneamento e habitação. É um problema do governo estadual fazer a mesma política e somar esforços e não é um problema do município de ordenar devidamente a ocupação do solo urbano. O que está certo é que a gente diminua o efeito dessas chuvas. Essa é a nossa missão”, disse.

Mais cedo, Dilma e Cabral fizeram um sobrevoo de helicóptero sobre a área afetada. Acompanhados dos ministros Nelson Jobim (Defesa), Alexandre Padilha (Saúde) e José Eduardo Cardozo (Justiça), eles chegaram à cidade de Nova Friburgo às 13h30m e caminharam pelas ruas até a sede da prefeitura, onde houve uma reunião com os prefeitos da região para tratar do plano de reconstrução.

Ao lado do governador Sérgio Cabral, a presidenta anunciou um empréstimo de R$ 1 bilhão do Banco Mundial para o programa habitacional Morar Seguro.

O governador Sérgio Cabral prestou solidariedade ao povo da região serrana e afirmou que não medirá esforços para ajudar quem, neste momento, vive uma situação de dor, perda e enorme dificuldade. O governador lembrou que outras áreas foram atingidas, como Areal, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto, e pediu para que, aqueles que tiverem condições, deixem as suas casas nos próximos dias e procurem locais mais seguros na casa de amigos ou parentes.

“Estamos com toda a nossa estrutura atuando, mas ninguém tem onipresença. Existe ainda uma grande preocupação com as pessoas. Existe um desconforto mas, quem puder, deve deixar as suas casas e ir para a casa de parentes ou de amigos. Existem áreas ainda com risco de desabamento e de queda de barreira. Esse é um apelo que a gente faz, porque a previsão para os próximos dias não é nada tranquilizadora - enfatizou o governador.

Cabral já solicitou à presidenta Dilma o envio de 50 bombeiros militares especializados em resgate, 120 soldados da Força Nacional de Segurança, médicos peritos e legistas, e helicópteros para o apoio ao trabalho nas cidades. Todo o efetivo das Forças Armadas está à disposição para ajudar no resgate das vítimas e de possíveis sobreviventes.

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Saúde libera R$ 9 milhões para Região Serrana do Rio


O Ministério da Saúde montou um gabinete de crise para coordenar as ações de assistência médico-hospitalar voltadas para a assistência das vítimas das chuvas que atingem, principalmente, as cidades de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, adiantou que o gabinete de crise, envolvendo uma equipe permanente de profissionais de saúde do próprio ministério e da Secretaria Estadual de Saúde,  responderá pela coordenação das ações.

Padilha informou ainda que o ministério antecipou a liberação dos pisos de atenção municipal (recursos destinados a atividades municipais na área de saúde) que totalizam R$ 9 milhões para os três municípios.

“Desde ontem (12) liberamos também 7,3 toneladas de insumos, kits de situação de emergência que vão desde esparadrapo e medicamentos até purificadores de água, que vão garantir água limpa para as comunidades das regiões atingidas”.

O governo federal liberou o governo do estado do Rio de Janeiro do teto orçamentário, para que o estado possa custear dois hospitais de campanha na região serrana do Rio. “Um com equipamentos do próprio governo do estado e outro da Marinha, cedido pelo Ministério da Defesa, que chega nesta quinta-feira (13) e começa a ser montado amanhã (14). O custeio desses dois hospitais correrá por conta do próprio Ministério da Saúde”, disse Padilha.

Outra medida anunciada pelo ministro da Saúde, envolve a cessão de onze ambulâncias da rede federal. Ele determinou que toda a rede de hospitais federais no estado priorizem o atendimento das vitimas das chuvas.

“Neste momento, já temos 80 leitos de enfermarias clínicas disponíveis para as vítimas. Suspendemos as férias dos médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que estejam ligados a situação de traumas mais graves e, também, as cirurgias eletivas para que as salas cirúrgicas fiquem disponíveis para cirurgias de emergência das vitimas das chuvas. Nossa estrutura hoje permite fazer 25 cirurgias ortopédicas por dia. Já temos, inclusive, 23 pacientes internados em hospitais do estado que vieram desses municípios”, informou o ministro.


Fonte: Agência Brasil


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Governador do Rio nega falta de recursos federais


O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, nesta quinta-feira (13), negou que o estado tenha deixado de receber dinheiro do governo federal para reconstrução de cidades destruídas pelas chuvas.

De acordo com a organização não governamental (ONG) Contas Abertas, o município de Angra dos Reis (no litoral sul do estado), atingido pelos temporais no réveillon do ano passado, ainda aguarda a liberação de 30% dos R$ 80 milhões prometidos pelo governo federal.

Segundo Cabral, nos últimos quatro anos, o Rio de Janeiro recebeu mais de R$ 500 milhões em verbas federais para socorrer cidades afetadas pelas chuvas. Segundo ele, em Angra dos Reis, as obras estão em andamento, orçadas em R$ 110 milhões. Apesar da burocracia, o governador afirmou que os recursos têm sido liberados em uma velocidade considerada satisfatória.

“Não há nenhuma reclamação da nossa parte”, disse Cabral, ao lado da presidenta da República, Dilma Rousseff, que sobrevoou de helicóptero as cidades da região serrana atingidas pelos temporais do início da semana.

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Ministro aguarda decreto de calamidade pública para liberação de recursos do FGTS


O governo federal estuda liberação de linha de crédito para os moradores de áreas atingidas por chuvas e enchentes, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, nesta quinta-feira (13), em Brasília, no programa de rádio Bom Dia, Ministro.

Ao lamentar a tragédia “muito grave” ocorrida em municípios fluminenses, Lupi afirmou que, tão logo haja um decreto de calamidade pública e aprovação pela Presidência da República, serão liberados recursos, além dos R$ 780 milhões liberados por Medida Provisória assinada ontem (12/1), pela presidenta Dilma. Não há, porém, segundo o ministro, como precisar a data e os valores.

“Tendo um decreto de calamidade, poderemos colocar à disposição. Temos recursos do FGTS que, em caso de emergência, podem ser liberados (…) Temos que estudar os limites da lei, e vamos trabalhar assim que tivermos o decreto de calamidade pública. Lamento profundamente, é triste isso que a gente está vendo. Nós podemos e devemos evitar e muito essa tragédia com a prevenção.”

Segundo Lupi, poderão ser liberados, por exemplo, recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que perderam suas casas, além de um programa especial de seguro-desemprego.

Ele destacou a agilidade do processo. “Já fizemos isso em Niterói e no Nordeste. É rápido porque a gente pode tomar decisões antes da reunião do conselho, porque são emergenciais”, disse.


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Curitiba investe em ações preventivas para evitar prejuízos com a chuva

Agência Brasil

Para evitar prejuízos com a chegada da chuva, a prefeitura de Curitiba está implantando o Plano Diretor de Drenagem. A finalidade é fazer um melhor diagnóstico sobre as condições das bacias hidrográficas do estado, pois há previsão de chuvas intensas até março. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, as precipitações serão acompanhadas de raios e rajadas de vento fortes.

Segundo a engenheira do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba Marlise Jorge o plano vai reforçar o trabalho de revitalização dos rios, adequação da estrutura de drenagem, implantação de bacias de contenção, monitoramento do lançamento de esgoto e ações de desassoreamento, limpeza e drenagem. “O resultado desse trabalho está diretamente ligado ao futuro da cidade. Com medidas adequadas e tomadas a tempo é possível reverter um quadro que, sem ações preventivas, pode resultar em prejuízo para a população e para a cidade.”

Uma das medidas já adotadas pela prefeitura é a exigência de implantação de caixas de contenção de águas pluviais. Conforme o tamanho do terreno e o percentual de área impermeável, é definida a área reservada à caixa de contenção. A medida vale para empreendimentos residenciais ou comerciais. A área impermeável do terreno é o espaço no qual a água da chuva não pode alcançar o subsolo.

Levantamento da Secretaria de Obras feito nos últimos sete anos mostra que Curitiba tem hoje 150 mil metros cúbicos de caixas de contenção. O objetivo é que, no pico da chuva, a água fique no imóvel e não sobrecarregue a estrutura da cidade para o escoamento de água.

Marlise Jorge destaca também a importância do trabalho de conscientização com a população que vive no entorno das áreas de risco. O lixo, segundo ela, muitas vezes, é a principal causa de obstrução dos rios e canais. "A contribuição da população, cuidando do rio que fica próximo a sua casa, é muito importante."

Além disso, o Instituto das Águas do Paraná trabalha com uma rede de monitoramento sobre alterações do clima e faz previsões em tempo real. A medida faz parte do Sistema de Previsão de Cheias, do governo do estado. Essas informações servem de base para simulações que vão identificar onde há risco de enchentes. São 34 estações telemétricas enviando informações em tempo real. Esses procedimentos, na avaliação do diretor técnico de Saneamento do instituto, Carlos Alberto Galerani, vão funcionar apenas como “anestésicos” se o problema não for combatido com ações estruturais.

“Lógico que é importante a informação e rapidez no atendimento, mas mais importante é estar atento para evitar o problema e para isso são necessárias obras que possam conter as cheias provocadas pelas chuvas.”

Entre as várias medidas adotadas pelo Paraná, ele destaca a construção de parques em áreas de várzeas para evitar ocupações irregulares. “O Instituto Ambiental do Paraná e o Instituto das Águas não fornecem licenças para a aprovação de loteamentos nessas áreas.”

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